quinta-feira, dezembro 07, 2006

 

Mistério do dedo desaparecido



Eu, alvo e vítima de tão brutal surpresa, já devia ter respondido e esclarecido este mistério. Mas, uma vez que se tratava de um mistério, houve a necessidade da prudência vital para a dignidade de qualquer investigação que se queira rigorosa e científica.

Desta forma, e após os rumores veiculados pelo nosso camarada de armas e barbatanas J. V., o qual muito agradeço pela luz que me trouxe, encetei uma das mais profundas, intensas e dedicadas investigações da minha vida, que em muito supera as que já fiz ou nas quais colaborei no seio (Lá estou eu com esta obsessão dos seios) do GEPS – Grupo de Estudos e Pesquisas Subaquáticas, onde contra tudo e todos lá vamos acreditando que ainda é possível contribuir para o estudo e salvaguarda do nosso património arqueológico subaquático.

Pois bem, a notícia surpreendente era que a minha digníssima esposa e até há meses, companheira de mergulhos, tinha sido alvo de voraz investida de um peixe ao seu pé, faltando-lhe inclusivamente um dedo.

Meus Deus, como pude ser tão distraído este tempo todo, até porque o episódio remonta à nossa faustosa Lua-de-mel no México. Mais, como podia o nosso Agente Stevens saber de tal coisa e eu não???, haveria aqui algum relacionamento pecaminoso que eu desconhecia??? Bem não vou analisar essa parte, pois coração que não sabe não sente.

A verdade incontornável é que este meu desconhecimento só podia advir da diminuição significativa da minha prestação sexual, pois, a verdade é que desde então nunca mais tinha acedido aos pedidos legítimos da esposa para que lhe lambesse os dedos dos pés.
Como me arrependo de tal falha, pois assim poderia ter dado conta do desaparecimento de um dedo. Sim, porque no exercício Sutra de lamber os dedos dos pés, nunca se põem os dedos todos ao mesmo tempo na boca, vamos, ao invés, lambendo um a um, muito lentamente num espírito tântrico.

Ou seja, ao invés do detalhe armei-me em galifão e desprezando os dedos dos pés fui logo lambendo tudo o resto. Tá mal, e não é justo.

Já fiz um acto de contrição, passei a dedicar mais atenção a todo o mm do corpo da minha esposa, e peguei nos 5000 € que tinha poupado para os implantes mamários, que desde o nascimento do meu filho já nem sequer fazem falta alguma, e comprei um dedinho do mais crido que vi até hoje, em silicone.







Tá resolvida a questão, faltando agradecer ao Stevens o aviso que salvou, provavelmente, o meu casamento.

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